segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O nosso direito é não ter direitos


Irmãos e irmãs em Cristo, a paz de Jesus!

Cada dia mais precisamos lutar contra nós mesmos em relação ao relativismo e toda a cultura de morte que por vezes entra em nossas casas através dos meios de comunicação. Músicos e todas as expressões de artes da Renovação Carismática Católica, que possamos sair da passividade e da nossa zona de conforto para realizar o que nos pede o Evangelho; Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura. (Mc 16,15) com o ministério que nos foi confiado por Deus para lutarmos contra toda essa "poluição" que tenta nos sufocar. Estejamos atentos ao mover do Espírito Santo para podermos observar e sentir para onde Ele quer nos levar.

Que esse ano de 2013 guiados pelo Espírito Santo, realizemos com docilidade a Sua vontade, o Seu querer, sem nos importar o quão cansado estaremos ao final desse período, pois Juninho me fez refletir certa vez em uma de suas cartas ao Estado de São Paulo onde ele dizia; "o nosso direito é não ter direitos". Somos todos chamados a servir, porém nem todos disseram seu sim ainda. Àqueles que deram seu sim, peço que não esmoreçam, que sejam fiéis até o fim, pois Deus é fiel e justo e jamais desampara aquele que se põe em Seu caminho. Àqueles que ainda não o disseram, peço que orem sem cessar e que se coloque na escuta para ouvir o que o Senhor lhe pede.

Papa Bento XVI diz a cada um de nós, Renovação Carismática Católica:

“Como já tive a ocasião de afirmar noutras circunstâncias, os Movimentos eclesiais e as Novas Comunidades, que floresceram depois do Concílio Vaticano II, constituem um singular dom do Senhor e um recurso precioso para a vida da Igreja. Eles devem ser acolhidos com confiança e valorizados nas suas diversas contribuições para os colocar com confiança ao serviço da utilidade comum de modo ordenado e fecundo. De grande interesse é também a vossa atual reflexão sobre a centralidade de Cristo na pregação, assim como sobre a importância dos ‘Carismas na vida da Igreja particular’, com referência à teologia paulina, ao Novo Testamento e à experiência da Renovação Carismática. O que aprendemos do Novo Testamento sobre os carismas, que surgiram como sinais visíveis da vinda do Espírito Santo, não é um acontecimento histórico do passado, mas realidade sempre viva:  é o mesmo Espírito divino, alma da Igreja, que age nela em cada época, e estas suas intervenções misteriosas e eficazes manifestam-se neste nosso tempo de modo providencial. Os Movimentos e as Novas Comunidades são como irrupções do Espírito Santo na Igreja e na sociedade contemporânea. Então podemos dizer que um dos elementos e dos aspectos positivos das Comunidades da Renovação Carismática Católica é precisamente a importância que revestem nelas os carismas ou dons do Espírito Santo e mérito seu é ter evocado na Igreja a atualidade.”

Discurso de Sua Santidade Bento XVI aos participantes no encontro organizado pela Fraternidade Católica de Comunidades e Associações Carismáticas de Aliança
Roma, 31 de Outubro de 2008

E nós, Ministério de Música e Artes da Diocese de Limeira, também fazemos parte dessa história. Vamos juntos semear a cultura de Pentecostes para que possamos difundir e contribuir a cada dia para a construção da Civilização do Amor.

Deus abençoe a todos.

Alex Camargo
Renovação Carismática Católica - Diocese de Limeira
"Se fores aquilo que Deus quer, colocareis fogo no mundo" Santa Catarina de Sena

Entrevista com a nova presidente do Conselho Nacional


altEleita como nova presidente do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil em setembro de 2012, Kátia Roldi Zavaris inicia, nessa semana, sua nova missão dentro do Movimento.

A posse oficial da nova presidência acontecerá no dia 24 de janeiro, durante a programação do Encontro Nacional de Formação 2013, em Canas/SP. Na ocasião, serão apresentados os demais membros da nova equipe como coordenadores nacionais de Ministérios e Comissões. Antes de serem oficialmente apresentados, tais nomes passam por homologação do Conselho Nacional que acontecerá em uma assembleia que antecede o ENF.

Confira abaixo, a entrevista na qual Kátia fala sobre a sua trajetória na RCC e partilha as motivações para o trabalho que desenvolverá à frente da RCC no período 2013/2016.

Portal RCCBRASIL: Como iniciou e se desenvolveu a sua caminhada na Renovação Carismática Católica?
Participo da Renovação Carismática Católica desde 1987. À convite de uma amiga, eu conheci o Grupo de Oração Rainha dos Apóstolos na Catedral de Vitória, capital do estado do Espírito Santo. Foi nesse Grupo que tive uma experiência pessoal com Jesus Cristo, me encantei por Ele e me encontrei como pessoa. Sou católica, nascida em uma família católica participante e praticante, mas foi com essa experiência que eu vivi no Grupo de Oração que minha caminhada começou. Com um ano de participação no Grupo de Oração eu já era serva. Meio ano depois, já fazia parte do núcleo do GO e, um ano depois, tornei-me coordenadora. Fui membro do Conselho da RCC da Arquidiocese de Vitória, depois coordenei o estado do Espírito Santo por sete anos e, por isso, participei então por sete anos do Conselho Nacional. Depois de dois anos, retornei ao Conselho, convidada pelo Marcos Volcan, como primeira secretária. Em junho de 2012 eu fui eleita coordenadora da RCC da Arquidiocese de Vitória e em 29 de setembro do mesmo ano, presidente do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil.

Portal RCCBRASIL: Fale um pouco sobre a sua vida profissional e pessoal.  
Sou formada em Letras - inglês pela Universidade Federal do Espírito Santo e atualmente tenho duas escolas de idiomas, uma em Vitória e outra em Vila Velha. Eu dou aula na escola todos os dias, e isso me realiza muito. E é bonito perceber que Deus usa a nossa vida como um todo, não tem como separar a vida profissional da espiritual, a nossa vida é uma única coisa, totalmente entregue a Ele. Comecei a fazer traduções em eventos católicos há doze anos, traduzo alguns pregadores aqui no Brasil e fora do país também. E para mim é uma alegria, faz parte da minha alma trabalhar com educação e mais especificamente com idiomas.

Sobre a vida familiar, sou casada com o Sérgio Carlos Zavaris, que também participa ativamente da RCC há bastante tempo, tendo sido coordenador nacional do Ministério de Fé e Política nos últimos anos. Nós não temos filhos, porque não podemos tê-los, mas o Senhor foi fazendo uma obra na nossa vida através de vários sinais, hoje nós temos muitos filhos espirituais.

Portal RCCBRASIL: Como é ser eleita Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL?
Eu me sinto muito honrada com esse chamado para coordenar a RCC do Brasil e em ser a primeira mulher a estar à frente do Movimento na história do Brasil. Sinto que foi uma escolha de Deus junto com Maria. Como disse Dom Alberto Taveira ao final da eleição lá em Aparecida/SP, creio que será um tempo de ternura e fortaleza mariana. Eu acredito que, com a intercessão de Maria, nós vamos conseguir ser obedientes àquilo que Ele quer para a RCC nesse tempo. A RCC tem caminhado através de uma visão profética para uma evangelização cada vez mais eficaz. O que eu sinto é que será um tempo de escuta profunda e de realizações ousadas, como tem sido até hoje, com o foco sempre na evangelização para que mais almas sejam alcançadas, para que mais pessoas possam ouvir falar do nome de Jesus Cristo e assumi-lo como Senhor.

Portal RCCBRASIL: Deixe uma mensagem aos membros do Movimento
Eu queria dizer para todos nós que participamos da RCC do Brasil, para todos os Grupos de Oração que existem nesse país, que nós nascemos para evangelizar com renovado ardor missionário, a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo.  Por isso, em nossa ação missionária e dentro dos nossos Grupos de Oração deve ser um tempo de profunda doação. Não podemos ter medo de dizer: “Senhor, eis-me aqui! A minha vida é Tua, faça dela tudo o que o Senhor quiser. A Renovação é Tua, ela pertence a Ti, ela surgiu a partir de um sopro do Espírito Santo para evangelizar, para levar o Teu Nome aos quatro cantos da terra. Usa, Senhor, a Renovação Carismática Católica da forma que o Senhor quiser, ela Ti pertence, ela é Tua”.

Nesse ano de 2013, dentro da temática do Ano da Fé vivenciado por toda a Igreja, nós vamos viver, na RCC do Brasil, o tema “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (I Jo5, 4b).  Que nós possamos através dos Grupos de Oração, das formações e de todas as nossas atividades fortalecer nossa fé em Jesus que é o único Senhor, o único Salvador, o Verdadeiro Deus. Que Deus abençoe a todos!

Fonte: www.rccbrasil.org.br

domingo, 7 de outubro de 2012

Congresso Estadual do Ministério de Música e Artes


Se aproxima o grande momento para os artistas da Renovação Carismática Católica do estado de São Paulo!!
O nosso Congresso Estadual de Música e Artes será nos dias 21 e 22 de outubro, na cidade de Barueri, no Espaço Elena Guerra, Sede diocesana da RCC OSASCO.

Irmãos, esse é o grande momento para nos prostrarmos aos pés de Jesus
para adorá-Lo, ouví-Lo e aprender ainda mais Dele!

No evento estarão pregando,  Rogerio Soares (Pres. Conselho Estadual
da RCCSP), Juninho Cassimiro (Coord. Est. Musica e Artes) e Taciano
Nascimento (Coord. Nacional Musica e Artes).

Maria, que constantemente roga a Deus em nosso favor, continua nos dizendo: "Fazei Tudo o que Ele vos disser"
Jesus quer você!
Dê a Ele a sua resposta de amor!!

Faça agora mesmo a sua inscrição!
Mais informações no site do Congresso

A glória e a exaltação de Cristo é a cruz


Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo
(Oratio 10 in Exaltatione sanctae crucis: PG97,1018-1019) (Séc.VIII)
Celebramos a festa da cruz; por ela as trevas são repelidas e volta a luz. Celebramos afesta da cruz e junto com o Crucificado somos levados para o alto para que,abandonando a terra com o pecado, obtenhamos os céus. A posse da cruz é tão grande e de tão imenso valor que seu possuidor possui um tesouro. Chamo com razão tesouro aquilo que há de mais belo entre todos os bens pelo conteúdo e pela fama. Nele, por ele e para ele reside toda a nossa salvação, e é restituída ao seu estado original.
Se não houvesse a cruz, Cristo não seria crucificado. Se não houvesse a cruz, a vida não seria pregada ao lenho com cravos. Se a vida não tivesse sido cravada, não brotariam do lado as fontes da imortalidade, o sangue e a água, que lavam o mundo. Não teria sido rasgado o documento do pecado, não teríamos sido declarados livres, não teríamos provado da árvore da vida, não se teria aberto o paraíso. Se não houvesse a cruz,a morte não teria sido vencida e não teria sido derrotado o inferno.

É, portanto, grande e preciosa a cruz. Grande sim,porque por ela grandes bens setornaram realidade; e tanto maiores quanto, pelos milagres e sofrimentos de Cristo, mais excelentes quinhões serão distribuídos. Preciosa também porque a cruz é paixão e vitória de Deus: paixão, pela morte voluntária nesta mesma paixão; e vitória porque o diabo é ferido e com ele a morte é vencida. Assim, arrebentadas as prisões dos infernos, a cruz também se tornou a comum salvação de todo o mundo.
É chamada ainda de glória de Cristo, e dita a exaltação de Cristo. Vemo-la como ocálice desejável e o termo dos sofrimentos que Cristo suportou por nós. Que a cruz seja a glória de Cristo, escuta-o a dizer: Agora, o Filho do homem é glorificado e nele Deus é glorificado e logo o glorificará(Jo 13,31-32). E de novo: Glorifica-me tu, Pai, com a glória que tinha junto de ti antes que o mundo existisse(Jo 17,5). E repete: Pai,glorifica teu nome. Desceu então do céu uma voz: Glorifiquei-o e tornarei a glorificar (Jo 12,28), indicando aquela glória que então alcançou na cruz.
Que ainda a cruz seja a exaltação de Cristo, escuta o que ele próprio diz: Quando eu for exaltado, atrairei então todos a mim(cf. Jo 12,32). Bem vês que a cruz é a glória e a exaltação de Cristo.

sábado, 15 de setembro de 2012

Congresso Estadual de Música e Artes

VENHA PARTICIPAR CONOSCO DESSE EVENTO DE PENTECOSTES.
ACESSE E FAÇA SUA INSCRIÇÃO!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O sinal da Santa Cruz


Por Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL
A Igreja oferece, através de sua liturgia, a melodia da palavra e da oração, para ritmar os passos da vida humana. Como na música, o tempo forte da dança da vida é dado pelo Domingo, o Dia do Senhor, no qual se fazem presentes de forma excepcional os grandes mistérios do Cristo, em sua Morte e Ressurreição. Os mistérios como a Encarnação do Verbo de Deus e seu nascimento em Belém, a vida em Nazaré, no maravilhoso recôndito da família, a pregação do Evangelho, o chamado dos discípulos, os milagres, a entrada na vida cotidiana das pessoas, a prática do seguimento de Jesus na experiência dos santos, tudo isso é apresentado durante o ano, para que as leis da oração e da fé iluminem os passos dos cristãos e contribuam para chamar outras pessoas à mais digna aventura humana, acolher Jesus Cristo, nele acreditar e fazer-se discípulo.
Neste final de semana, a delicadeza da Providência nos põe diante dos olhos a festa da Exaltação da Santa Cruz, a festa de Nossa Senhora das Dores e o diálogo de Jesus com seus discípulos, quando da profissão de fé feita por Simão Pedro (Mc 8,27-35). É tempo privilegiado para discípulos de ontem e de hoje se decidirem.
A Cruz, terrível instrumento de suplício, quando o Corpo Santo do Senhor a tocou, tornou-se sinal de salvação, causa de glória e honra para todos os seres humanos. Olhar na fé para o Senhor, que foi elevado da terra, é estrada de graça e de vida (Cf. Nm 21,4-9; Jo 3,13-17). O apóstolo São Paulo, que não conhece outra coisa senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado (Cf. I Cor 2,2), identificou-se tal modo com este mistério que pôde dizer: “Com Cristo, eu fui pregado na cruz. Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minhavida atual na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,19-20). Para ele, a escolha foi feita e caíram todos os laços com o passado: “Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do nosso Senhor, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo” (Gl 6,14). Por isso a Igreja canta com alegria e não esmagada pelo peso da Cruz: “Quanto a nós devemos gloriar-nos na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é nossa salvação, nossa vida, nossa esperança de ressurreição, e pelo qual fomos salvos e libertos”. Ao iniciar a Páscoa, na Quinta-feira Santa, proclama sua convicção, retomando a proclamação da glória da Cruz: “Esta é a noite da ceia pascal, a ceia em que nosso Cordeiro se imolou. Esta é a noite da ceia do amor.
A ceia em que Jesus por nós se entregou. Esta é a ceia da nova aliança.
A aliança confirmada no sangue do Senhor”. A Cruz de Jesus é estandarte de vida, a ser alçado em todos os lugares, como sinal da presença dos homens e mulheres de fé. A vida resplandece onde o Cristo morto e depois ressuscitado, “Victor quia victima - Vencedor porque vítima” (Santo Agostinho, em Confissões X, 43) se faz presente!
Aos pés da Cruz de Jesus, estava sua Mãe Maria, mulher altiva na sua fé (Cf. Jo 19,25-27), fiel até o fim, para dizer seu segundo sim, Desolada e depois Glorificada. Anos antes havia recebido o anúncio da espada de dor a transpassar seu coração, pela palavra de Simeão (Lc 2 34-35). A Igreja celebra a sua “festa”, pois vê em seu mistério profundo de dor e de entrega o chamado que se dirige a todos os homens e mulheres. Com ela são chamados a permanecer de pé, firmes, diante de todo o mistério do sofrimento existente na vida.
Os discípulos de Jesus, Pedro à frente, percorreram muitas e exigentes etapas em sua formação (Cf. Mc 8,27-35) para chegarem a vislumbrar o mistério de Cristo. Pareceu-lhes sempre difícil entender que havia uma lógica diferente, quando esperavam um messias vitorioso, capaz de destruir todas as forças inimigas do bem. E a trilogia deste final de semana se conclui com a provocação, oferecida pela Igreja, a que mais uma vez as pessoas de nosso tempo se decidam a percorrer uma estrada diferente. “A lógica de qualquer projeto humano de conquista do poder é: luta-vitória-domínio. A lógica de Jesus ao invés é: luta-derrota-domínio! Também Jesus lutou, e como lutou, contra o mal no mundo. Com efeito, o título de Jesus Cristo ressuscitado – “Senhor” – é um título de vitória e de domínio, de modo que até chega a criar uma incompatibilidade com o reconhecimento de outro senhor terreno; mas se trata de um domínio não baseado na vitória, mas na cruz” (Cf. Raniero Cantalamessa, “O Verbo se faz Carne”, no prelo, Editora Ave-Maria).
Concretizar esta escolha é apenas (!!!) decidir-se a sair de si, para amar e servir, buscando o que constrói o bem de todos, vencendo primeiro a si mesmo. Magnífica aventura! Vale a pena experimentar!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Eu Creio em Ti!


Podem até tentar tirar a cruz dos locais públicos, como estão fazendo, porém de nossas vidas ninguém poderá tirá-La. Ninguém poderá nos impedir de usar o Crucifixo em nossas casas, ou trazê-Lo em nosso peito. Entretanto, usá-Lo exige mais do que coragem de expor um objeto de devoção, exige que testemunhemos nossa fé de forma autêntica. Quem carrega a Cruz de Jesus deve se esforçar para viver como Ele.
Por Lúcia Volcan Zolin
Coordenadora Nacional do Ministério e Comissão de Comunicação
Grupo de Oração Divina Misericórdia
“Creio em Ti, Jesus de Nazaré, pois tu és o sentido (logos) do mundo e da minha vida” (Bento XVI).[1]
Para o cristianismo, não basta acreditar, ter fundamentos espirituais, crer em alguma coisa. A qualidade mais profunda da fé cristã é o seu caráter pessoal. Os cristãos creem em Alguém, e essa fé á sentido ao mundo e à própria existência daquele que crê.
e é por isso que a sua fórmula central não diz ‘creio em algo’, e sim, “Creio em Ti”. Ela é o encontro com o homem Jesus, e nesse encontrar-se ela experimenta o sentido do mundo como pessoa. Na vida de Jesus a partir do Pai, na imediação e na densidade de seu relacionamento com ele na oração e até na visão, é Jesus a testemunha de Deus; por intermédio dele, o intocável tornou-se tocável e o distante tornou-se próximo. (...)Ele é a presença do próprio eterno neste mundo.[2]  
Na face de Jesus de Nazaré, Deus é descoberto. No entanto, para a fé cristã não é suficiente que creiamos em Jesus Cristo, que cultivemos esse sentimento como algo bom, agradável, e o guardemos para nós mesmos. O cristianismo tem uma exigência explícita: É preciso professar publicamente essa fé.
Fato esse que está na essência da existência da Igreja, como incumbência dada pelo próprio Jesus. A trajetória do cristianismo vem sendo marcada por episódios que comprovam isso. Talvez o exemplo mais contundente seja o dos mártires. No decorrer de nossa história de fé, muitos foram os que preferiram perder a vida a negar Jesus Cristo. O sangue deles fez a Igreja crescer. Tornou-se célebre e conhecida até nossos dias a afirmação de Tertuliano: “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Eles estavam conscientes de que não podiam renegar o Senhor.
Podemos dizer que a Igreja se expandiu graças aos homens e às mulheres da primeira hora do cristianismo que, impelidos pelo Espírito Santo, estavam determinados a apresentar ao mundo as razões de sua esperança (cf. I Pd 3,15).
E é disso que estamos falando quando nos referirmos à evangelização. Aquilo que cremos passa a ser partilhado, contado aos demais, porque uma vez vivida a experiência do encontro com o Senhor é preciso anunciar. A nós cristãos não é permitido calarmo-nos a respeito do que vimos e ouvimos (cf. At 4,20).
O mundo tem necessidade da mensagem da qual os cristãos são portadores. O mundo precisa ser evangelizado, precisa de pessoas que tenham a coragem de professar a própria fé. E, de acordo com a Palavra, isso não é opcional; é uma exigência: ai daqueles que se negam a anunciar o Evangelho (cf. I cor 9,16). Ai daqueles que se envergonham de dar testemunho público de Jesus. A esse respeito o próprio Senhor nos alertou: “Aquele, porém que me renegar diante dos homens também eu o renegarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10,33 ).
Entretanto, só as palavras não são suficientes. A nós são exigidas atitudes concretas, porque também não basta dizer-se cristão; é preciso viver como tal. Dar testemunho de uma fé autêntica: “é morta a fé sem obras” (Tg 2,26).
Numa época marcada pelas incertezas e esgotamento de modelos, de mentalidade teleprogramada, relativista, hedonista e fragmentada, onde tudo é efêmero e pronto para o consumo rápido e em que o individualismo egoísta passa a ser visto como uma virtude, faz-se urgente que os cristãos reapresentem ao mundo qual é a verdadeira proposta de Jesus. É preciso que os cristãos reajam:
Também aqui devemos redescobrir a coragem do não-conformismo diante das tendências do mundo opulento. Em vez de seguir o espírito da época, devemos ser nós a marcar, de novo, esse espírito com austeridade evangélica. Perdemos o sentido que o cristão não pode viver como vive um outro qualquer.[3]
O mundo tem sede e fome da mensagem cristã em sua integralidade. Tem fome e sede de Jesus, Aquele que é o único capaz de dar sentido à vida e revelar a face verdadeira de Deus.   Quem o conhece, pode atestar isso, e talvez seja devido a essa certeza que seja tão triste presenciar situações em que Ele seja rejeitado.
EU CREIO EM TI!
E como temos presenciado, em nossos dias, Jesus ser rejeitado! Vemos isso quando seus ensinamentos são ignorados, até mesmo por cristãos. Que recriam um estilo de semi-baseado na Palavra. Adaptado de forma que seja conveniente.
Ele tem sido rejeitado quando Sua vida, morte e ressurreição ou são negadas ou tratadas com total indiferença.
E O vemos sendo rejeitado toda vez que sua própria imagem é renegada. Ao redor do mundo, são muitos os países - mediante a apresentação de argumentos totalmente questionáveis, como bem nos apresenta na edição 75 Felippe Nery nas páginas 14 e 15 o símbolo máximo do cristianismo está sendo retirado de espaços públicos.
A esse respeito, questiona Bento XVI:
Antes de mais nada há que se colocar a seguinte questão, por que é que deve proibi-lo? Se a cruz contivesse uma mensagem que fosse inconcebível e inaceitável para outros, então essa seria uma medida a se considerar. Mas a cruz representa que o próprio Deus é sofredor, que Ele nos ama através da sua dor. Esta é uma afirmação que não ataca ninguém. Isto por um lado. Por outro lado também existe naturalmente uma identidade natural na qual se baseiam nossos países. Uma identidade que forma os nossos países de forma positiva e a partir de dentro, e que forma os princípios positivos e as estruturas básicas da sociedade, por meio dos quais o egoísmo é rejeitado, possibilitando uma cultura de humanidade. Eu diria que essa autoexpressão cultural de uma sociedade que vive de forma positiva não pode ser criticada por ninguém que não partilhe dessa convicção, e também não pode ser banida.[4]
É injusto, sabemos. Mas se, por erro de interpretação ou pela dureza de corações fechados à verdade, estão renegando a Cruz, não podemos ficar indiferentes.
Se o crucifixo não tem espaço nas paredes de tribunais, hospitais, escolas, pode continuar presente nesses locais por meio dos cristãos (que trabalham nesses lugares, por exemplo). Quem poderá impedir-nos de usá-Lo?
Vamos levar o símbolo da nossa fé aonde formos! Ninguém é obrigado, obviamente, a fazer isso, mas que bonito seria se todos fizéssemos.
Aquele crucifixo que temos guardado na gaveta, ou que usamos somente em retiros, poderia ser usado em nosso dia a dia. Não como um acessório de beleza (muitas pessoas o usam desta forma, sem que isso signifique a profissão de uma fé).
Quem sabe o crucifixo volte a ocupar um lugar central em nossas salas? Em nossos quartos? Aqueles que são proprietários de estabelecimentos comerciais também podem resgatar o uso desse objeto que simboliza nossa fé. E se usarmos adesivos em nossos carros com a Cruz? Bem, essas são algumas possibilidades, certamente existem muitas outras.
CAMPANHA
Em resumo, a ideia é simples: podem até tirar (por ignorância ou por maldade) a Cruz de uma série de espaços, mas não poderão tirá-La de nossas vidas, assim como não puderam impedir a manifestação da fé de tantos homens e mulheres que marcaram a história da Igreja, mesmo sob ameaça de morte.
Interessante é que, ao portarmos esse símbolo tão sagrado, somos constantemente chamados a ser testemunhas. Ele nos mostra, a cada instante, que devemos viver de acordo com a fé que professamos.   Afinal, ao trazer em nosso peito a Cruz, estamos expressando quem somos; e ao identificarmo-nos como cristãos, somos impelidos a viver dignamente esta condição. Com tal profissão explícita nos sentimos motivados, até mesmo constrangidos (no sentido de nos vigiarmos melhor) a agir como convém a um cristão.
Que o Santo Espírito nos permita sempre acreditar para que, crendo, professemos com palavras e atos a fé cristã, de modo que o mundo veja e acredite e para que tenhamos a graça de chegarmos a um nível de santidade que nos permita afirmar: “Com Cristo, eu fui pregado na Cruz. Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou” (Gálatas 2, 19b-20).

Fonte: RCCBrasil