Uma espiritualidade? Uma corrente de graça? Um movimento? O que é, enfim, essa tal Renovação Carismática Católica? Quais são suas origens? Depois de quatro décadas de caminhada, os que desempenham o papel de dirigentes na Renovação Carismática são capazes - hoje, melhor que ontem - de enunciar com mais precisão e clareza o que querem dizer quando a ela se referem. Ou, como gostariam de ser identificados. Os atuais estatutos do Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (ICCRS, na sigla em inglês que identifica o seu Escritório internacional junto ao Vaticano, em roma) assim a define: "A Renovação Carismática Católica (RCC) é uma graça de renovação no Espírito Santo com um caráter mundial e muitas expressões na Igreja Católica, mas não é uniforme, nem unificada. Não possui um fundador único nem um grupo de fundadores e não possui lista de membros. É, antes de tudo, um fluxo de graça que permite às pessoas e aos grupos expressarem-se em diferentes maneiras e formas de organização e atividades, muitas vezes independentes umas das outras, em diferentes estágios e modos de desenvolvimento, com ênfases diferenciadas. No entanto, partilham da mesma experiência fundamental e comungam dos mesmos objetivos... A liderança é caracterizada mais pelo oferecimento de serviços do que pela governança. Em várias realidades, a RCC se organiza como um Movimento Eclesial, mas há também estruturas tais como comunidades, redes de comunicações, Escolas de Evangelização, Estações de Televisão, Associações, Institutos religiosos e seminários, como também Editoras, Músicos, Missionários e Pregadores. Todos estes, embora não formalmente associados em uma estrutura específica, possuem um perfil carismático".
"A RCC é uma graça de renovação no Espírito Santo com um caráter mundial e muitas expressões na Igreja Católica"
Ao considerar-se "uma graça de pentecostes", a RCC quer vincular a compreensão de sua história ao evento daquele Pentecostes nas origens do cristianismo, quando, "em cumprimento de suas promessas" (cf. At 1,4-8), Deus enviou o Seu Espírito Santo como dom, para estar agora "com os homens e nos homens" (cf. Jo 16,15-17), a habitá-los (cf. Cor 3,16;6,19) para sempre (cf. Jo 14,16), a fim de que pudéssemos testemunhar eficazmente a Jesus Cristo até os confins do mundo (cf. At 1,5-8), sob Sua ação poderosa na missão de revelar toda a verdade a respeito de Jesus (cf. Jó 16,13-14). Essa ação do Espírito não cessa de acontecer na história da Igreja, mas por vezes, o povo de Deus pareceu pouco atento a esse operar e, por diversas circunstâncias históricas (hoje bem identificáveis), afastou-se da devoção ao Espírito, confiando - ao por em marcha os seus projetos de evangelização -, mais em seus recursos, em sua própria capacidade, do que no "poder do alto", prometido para esse fim.
Aqui e ali, através dos séculos, Deus vai suscitando alguns eventos e pessoas que colocam em relevo a importância desse operar do Espírito. Nos últimos tempos, com o forte acento dado por alguns religiosos à exegese que decorre especialmente do livro dos Atos do Apóstolos, surge o "Pentescostalismo" - corrente religiosa cujo comportamento cultural se identifica com os elementos presentes no evento Pentecostes, especialmente a espontaneidade e o vigor na oração pessoal e coletiva, o exercício dos carísmas do Espírito, e a pregação querigmática com entusiasmo.
Texto Reinaldo Bezerra
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